terça-feira, 29 de maio de 2007

Hoje



O ronronar do gato, cobertinho e quentinho, protegido do frio
Um arranjo de flores que sai de sopetão
Poder se cuidar, ficar bonita
Um convite de última hora
Comida quentinha na mesa
Cheiro de insenso
Ajudar outras pessoas com coisas que não custam nada e fazem muita diferença pro outro
Estar saudável, livre de todas as mazelas das últimas semanas quando tudo parecia longe de ir embora....

Ah, hoje como é simples ser feliz.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Dançando se desfazem os nos

Dançando com asas
Dançando com véu
Dançando com as mãos
Na tristeza, dance
Na alegria, dance
Sem coreografia
Dance
Dançar expande, liberta
Suave e sutil
Dance
Ritmo é yang
Melodia é yin
Unindo melodia e ritmo, a dança
Fluidez e forma, em harmonia
Corpo que mexe, plexo solar
Corpo que mexe, vive emoções
Dançar é poesia

Dance pra ninguém
Dance pra lua
Dance pra ele
Dance com ele
Dance só
Dance em volta da fogueira

A vida é uma dança, e quando a gente dança entende melhor essa música

Dance


Dedico a Amaniksha, com quem adquiri esse vício de dançar
Alguém que me ensina a desvendar cada vez mais o feminino no sutil
E me descobrir cada vez mais mulher

quinta-feira, 24 de maio de 2007

terça-feira, 22 de maio de 2007

Quer dançar comigo?



"Adeus é despedida da influência do apego
Recomeçar é crescer na consciência"

Adeus ao apego aos meus preconceitos, superficialidades, crenças e idealizações
Adeus ao medo do fracasso, o que me fez muitas vezes fracassar com verniz de sucesso
Adeus a vergonha, receio do que os outros possam pensar
Quero dizer adeus.

Meu convite é para o baile. Onde até acertar o passo, muitos tropeços e contratempos vão acontecer.
Mas se estiver dançando, isso vai ser o que menos importa.
O calor do corpo, a música, o entrosamento, o encaixe, a levada isso vai trazer a beleza de dançar, simplesmente dançar
Para o nada, para ninguém, dançar apenas em fluidez com o Universo
E por alguns breves momentos sentir o êxtase da essência de viver.


Quer dançar comigo?



P.S: Livremente inspirado no mais recente texto do Gustavo sobre fracasso
E totalmente respirado em mais uma sessão de insights, contos e sonhos que o Fabiano proporciona.
Obrigada a vcs dois!

Qualquer semelhança não é mera coincidência

domingo, 20 de maio de 2007

Crenças, creditos e a ironia da impermanencia

"Por favor, não acredite no que eu digo.
Experimente, medite, experiencie!...
Abandone todas as crenças e comece a ver,
porque a crença irá mantê-lo cego."

(Osho)

De toda a experiência me valeu o aprendizado.
Eu experimentei pela primeira vez a fundo e livre.
Os créditos cármicos agora estão agindo.
Eu aceito, eu observo e cada vez mais sei aonde quero chegar.
Algumas vezes vamos acompanhados mas sempre,

Sós

sábado, 19 de maio de 2007

Milagres

O que mais faz sentido senão a vida?
Respirar, sentir, olhar de encantamento com tudo que é simples
Comunhão com o Universo
Comunhão com o outro, compartilhar
Vida, vida
Vida por ela só, pura e simplesmente

Milagre aconteceu com uma senhora iluminada
O mérito em ação, que bom ver isso na minha frente
Ninguém me contou, eu vi
Ela forte, batalhando pela vida, mais uma vez
Venceu a primeira etapa contra si mesma,
Contra as mágoas.
Ela reluz na minha frente
Em meio a pessoas com tanta grandeza de espírito
Fé, coragem e vida
Me sinto feliz

Eu me inspirei, tudo saiu sem esforço
Beleza, energia e vida
Meu milagre de criação

Superação, persistência e presença
Milagre do aprendizado

O que mais fazer, senão agradecer
a esse Universo abundante
que em um único dia
Concedeu tantos milagres perto de mim?

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Amar



"Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz a praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.

Este o nosso destino: amor sem conta,
dsitribuido sobre as coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito,
e a sede infinita."

Carlos Drummond de Andrade

Alguém resiste? Amar como Drummond? Amar voando, um amor com morada...
Expurgando, limpando, purificando, a sementinha cresce, plantinha frágil procurando brecha pra crescer.
Raízes fortes, muita seiva, porque ama.
Tenho amado a vida mais e mais, não quero mais sofrer, me adoecem os dramas, o verbo me esvazia.
Porque eu quero vida, e vida é o movimento, vida é vivida, não é falada, nem discutida, é um silêncio gostoso da paz de estar inteira.
Eu amo tudo que me rodeia e me penetra, me enche, me faz brilhar os olhos.
Meus olhos estão cansados de ver, selecionar, julgar, analisar
Brilhando me cegam pro superficial e me abrem pro infinito.

Eu quero amar maduro como fruta fresca, saboreada, sentida, degustada.
Amar livremente das amarras do medo, do trauma, da expectativa.
Se a sensação invade e enche o peito, por que não amar?
Hj contei com muita cura, vinda de muitos e muitos lados, ironicamente de onde eu menos esperava...
Não é lindo como a vida é surpreendente?

Me surpreenda Universo, eu quero ser surpreendida.


P.S: Agradecimentos especiais, Fabiano pela poesia e olhar tão cuidadoso
Ana pela magia das suas mãos

terça-feira, 8 de maio de 2007

Aprendiz

Precisa muita força pra caminhar
Muito mais pra se manter no caminho
Firme, forte, alegre

Precisa muita esperança
Pra acreditar e não desistir
Manter o coração tranquilo e a mente centrada

Precisa muito desapego
Pra entregar
Transmutar
Renovar
Deixar entrar, deixar sair

Precisa muita solidão
Pra se apreciar a companhia

Precisa muita consciência
Pra não se iludir
Não se apaixonar simplesmente
Pra enxergar a luz

Precisa muita maturidade
Pra valorizar
Se entregar
Viver um dia de cada vez


E eu, reles aprendiz, estou apenas no começo...

P.S: Obrigada Maria Cândida, pelo ouvido, pelas palavras, pelo apoio, sempre.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Verdade


"A grande, a perfeita solidão exige uma companhia ideal."
Nelson Rodrigues

O vínculo faz o peso da hierarquia desaparecer.
Mesmo sendo discípulo ou mestre isso não é o principal. O que importa é a relação construída, o afeto envolvido, a essência e, principalmente estar dentro da sua verdade.
Estar de acordo com uma verdade essencial é um exercício que demanda atenção e presença constantes. Por vezes é dolorido, árduo, mas no momento seguinte, alivia e a sensação de inteireza é maravilhosa.
Poucos sabem sua verdade, poucos se empenham em estar de acordo com ela. São tantos os barulhos e distrações, apelos e seduções que estar centrado é tarefa de samurai.
Eu sou um samurai. Eu sou humana. Eu sou.



P.S: Obrigada Fabiano pelos insights!

terça-feira, 1 de maio de 2007

Contardo parte 1


"Quando eu me desespero
Lembro-me de que em toda a História
A verdade e o amor sempre venceram.
Houve tiranos e assassinos
E por um tempo eles pareciam invencíveis
Mas no final, sempre caem.
Pense nisso
Sempre."
Mahatma Gandhi


Li um texto interessantíssimo (como sempre o é) do Contardo Calligaris na folha de quinta passada.
O texto faz uma reflexão sobre " a procura da explicação revela mais sobre nós do que sobre o objeto de nossas investigações", partindo do episódio ocorrido em Virginia Tech, que todos estamos mais do que a par, estamos imersos no que há de nós nesse massacre.
Sugiro uma reflexão partindo de trechos do artigo, e vou começar de trás pra frente com um parágrafo que me tocou e iluminou:

"Naquela manhã fria, um professor, Liviu Librescu, 76 anos, judeu de origem romena, sobrevivente do genocídio, não hesitou em dar a vida para que impedir que o assassino entrasse na sala de aula. Com isso ele permitiu que vários estudantes se salvassem.
Somos fascinados pelas "razões" que levam alguém a cometer um horror. Por exemplo, há estantes de livros tentando entender porque os alemães comuns se tornaram, durante o nazismo, assassinos.
Seríamos justos com nossa espécie se, as vezes, colocássemos a pergunta inversa: como é possível que, no horror, quase sempre haja alguém que faz a coisa certa?"

Isso é muito lindo. Me lembra Gandhi, me lembra Jesus, me lembra Buda. Me lembra o Dalai Lama dizendo que se damos tanta importância aos atos negativos e eles são ressaltados na mídia é porque são excessões. Porque se fossem maioria não precisariam de destaque.
É muito bonito pensar assim. Que a iluminação acontece o tempo todo e um dos motivos de que os valores positivos estejam em maioria, que a luz seja maior que a sombra, é que estamos aqui. Porque tem gente que acredita e se guia por algo muito maior e mais espiritual. Porque há muita compaixão no mundo. Isso salva, vem salvando.
Eu tenho tido insights, provas, testes e comprovações no microcosmo da minha vida. A paz é muito grande dentro de mim quando elevo meus pensamentos e atitudes. Quando sigo firmemente um propósito baseado em missão, em conjunto e não só na minha única e exclusiva satisfação. Tenho lido que a melhor forma de neutralizar o medo é pelo amor. O amor dá uma percepção de amplitude, o medo é quando ficamos na nossa pequenez julgando ser esta de enorme importância.

Me emociona fazer essa pergunta : "Como é possível que no horror quase sempre haja alguém que faz a coisa certa?". Ela me tira da mediocridade, da mesquinhez, de fuçar tanto o horror, as negatividades desse mundo. Essa pergunta me colocou na esperança, na fé, na energia de pensar sobre vida.
E o que vale mais a pena nessa existência que fazer viver?

"É normal: quando acontece um horror, dormimos melhor com uma explicação.
Mas frequentemente, a procura das explicações revela mais sobre nós mesmos do que sobre o objeto de nossa investigação.
No caso, a explicação pelo caráter taciturno do atirador revela sobretudo como somos preocupados com nossa agressividade que preferrimos afogá-las num oceano de paavras vazias. Quem se cala nos perturba porque seu silêncio evoca tudo o que nós mesmos tentamos esconder atrás de nossa barulhenta "cordialidade" (inquietudes, medos, raivas, lubricidade etc.)
Ora, quando a "sociabilidade é um jogo obrigatório, quem não joga está fora, é um excluído. E numa sociedade que valoriza a inclusão, econômica ou convival, a exclusão é sempre explosiva."

Sonho realizando

Dia lindo.
Sentimento de propósito, de galgar degraus, etapas.
Acho que encontrei meu mestre, nunca me senti tão inteira.
Força pra não desviar, presença pra sentir, magia pra guiar.
Coraçãozinho pleno.
Criar, criar, criar com o que vem da alma, com as mãos.

Feliz, imensamente feliz por tocar o invisível.