quinta-feira, 17 de abril de 2008

Ligeiramente grávidos

Assisti esse filme que a principio não me atraía, mas tanta gente falou que era bacana que eu apostei.
E é bacana. Ele consegue abordar um tema super delicado de forma bem leve e original, alternando o escrachado com diálogos inteligentes. É um filme ótimo pra repensarmos as relações e mais, nos inspirarmos na leveza do deixar fluir e ser autêntico (mais uma vez).
É a história de um garoto e uma garota que se conhecem na balada e bêbados, transam. Dois meses depois ela descobre estar grávida e só poderia ser daquele sujeito desastrado, nada a ver, com quem ela dormiu alcoolizada. Mas isso muda e de uma forma bem legal, mais próxima do real do que de idealizações e é por isso que gostei tanto do filme.Os dois realmente se abrem para as possibilidades decorrentes do imprevisto e por serem tão autênticos tudo se encaminha de modo muito leve, sem joguinhos bobos, mesmos nos momentos mais críticos.
Em paralelo há a história da irmã da personagem principal que é casada e desconfia que o marido a está traindo. Entrar nessa história é uma forma bem bacana de perceber onde nos equivocamos na maioria das vezes, principalmente quando nos sentimos muito mais sós na companhia do parceiro. Ele fala uma frase que eu gostei muito, mais ou menos isso: " Casamento é como Everybody loves Raimond mas sem graça, onde todos estão putos e tensos. E o pior é que não dura 22 minutos, dura a vida inteira."

Pra mim a moral da história é a seguinte: a gente erra mais quando não se mostra. Quando se esconde em orgulho, competição, ou qualquer outro sentimento que abafe o que realmente queremos dizer e viver. Tudo é muito mais gostoso, mais feliz quando conseguimos nos abrir ao que se apresenta de uma forma que não nos perdemos de nós mesmos. Não importava se ela era linda e bem sucedida, nem pra ela e nem pra ele. Não importava mais se ele era um maconheiro desocupado. A abertura fez aflorar tudo de melhor que eles poderiam dar diante da situação não planejada.
A cena em que ele dá uma caixinha vazia de presente é linda! Não é o máximo dar de presente possibilidades ao invés de se matar pra comprar o que pensamos que vai agradar ou cumprir um protocolo?
Boa metáfora: se oferecer ao outro vazio, cheio de espaço. Se oferecer assim para seu homem ou sua mulher e deixar o resto por conta das estrelas no meio do caminho...

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